sábado, 11 de abril de 2009

STUDIO 54


Passei a minha infância e adolescência ouvido os sons das pessoas mais velhas. Em 1975 ganhei talvez o meu presente mais decente. Uma radiolinha Phillips verde musgo, que tinha as caixas acústicas encaixadas como tampas no aparelho e que você podia colocar 4 pilhas gigantes e através das alças transportá-la para ouvir músicas em qualquer lugar. Naquela época eu tinha 9 anos. Junto com a radiolinha vieram, como complemento do presente, algumas bolachas de vinil, entre elas a trilha sonora da novela Bravo e Donna Summer. Quase furei os dois discos, até hoje eu tenho isso. Mas a questão é a influência disco na minha vida em especial "I Feel Love" e os synths de Giorgio Moroder. Hoje vejo os dj's se esforçando para criar coisas novas, mas sempre recorrem as soluções dos tiozinhos da era disco. Este mês é o aniversário da criação da boate mais badalada desta era. Em um abril longinquo dos anos 77 inaugurava, em Nova Iorque, o Studio 54 com a proposta de ser o palco dos acontecimentos sociais da época ao dar as melhores festas que o mundo tinha visto e fazer com que elas durassem para sempre na memória de quem havia tido a graça de poder pisar em seu interior ou ficar horas e horas na frente, simplesmente para acompanhar o desfile de artistas. Milionários, desconhecidos, nobres misturados com plebeus. Se vasculharmos o Youtube vamos nos deparar com dezenas de montagens de músicas e fotos, e nos transportar para as noites disco, quando a frente da boate ficava lotada de pessoas comuns esperando para entrar e se misturar com pessoas nada comuns como Andy Warhol, Mick Jaeger, Michael Jackson em sua versão negra, Diana Ross, a desconhecida Madonna , entre tantas outras personalidades. Na festa de inauguração em 1977, Kenzo apresentou um desfile embalado ao som de sua amiga Grace Jones cantando pela primeira vez em público.
Ainda não tive vontade de connhecer Nova Iorque, mas o dia em que eu for (se eu for), com certeza vou dar um pulinho na rua 54 e parar em frente do local para sentir as vibrações do que era um antigo estúdio de televisão para se tornar um local reconhecido internacionalmente, palco de toda a decadência e excesso da época. Drogas, música, moda, abandono pré-AIDS, fofocas e celebridades - expostos em deslumbrante abundância. Fico pensando...qual a influência desse espetáculo na minha vida? Isso é assunto para outro post, mas eu era induzido a ver tudo isso como cenas de um mundo distante e imaginário, proibidas para uma criança.

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