domingo, 22 de março de 2009

Triboulet



Lá em cima, a expectativa criada pela sociedade do espetáculo era tanta que uma cegueira coletiva havia tomado conta dos porões do sanatório. Que tipo de reverência deveríamos prestar? Só devemos falar se indagados? Suportaríamos a pressão das inquisições?
ELE desceu...cansado. Não usou a pirotecnia que estávamos esperando. Foi ameno, para não dizer apático. Não inquiriu, não subtraiu nem acrescentou. Para alguns, prostrar-se diante d'ELE foi "a experiência". Para os vermelhos, aquilo foi um insulto. Para outros, foi como uma pincelada com gotas de água benta. Em seu trono, silencioso observou os bufões tentando entretê-lo. Não chegava a ser um espetáculo...ao contrário, uma apresentação mambembe para o entretenimento real.
Finito, levantou-se. Em tom baixo, previsível e indiferente, disse que havia sido um prazer e que havia ficado satisfeito com o show que havia presenciado...desejou boa sorte, e subiu...

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